Friday, August 11, 2006

Nightwalk on the beach ... a worm palette

Fugi das ruas nocturnas da cidade apinhadas de gente e de gritos e risos histéricos. Sozinha caminhei pelas bermas e entrei pela areia adentro apenas porque ali não havia ninguém. Ou muito poucos. Percorri os estrados de madeira em passo lento, afinal ainda era cedo e o porto onde atracava era seguro, sabia exactamente onde estava e que não ia embora se mim. Parei umas quantas vezes ao longo do caminho só para olhar em volta. Não me lembro sequer se pensava em alguma coisa, e se pensava não devia certamente ser importante. O murmurar das ruas acompanhava-me enquanto me afastava. Ao virar de uma esquina improvisada eu tinha razão : ainda ali estava.
.




Ouvia-se o barulho do mar à noite.
Talvez não estivesse ninguém na praia (que
poderia alguém estar a fazer, numa praia,
à noite?) - mas
era como se o barulho do mar tivesse, por trás,
as vozes de alguém que contasse uma história
de viagens e de ventos
.

Nuno Júdice

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